Argila, terracota e água formam os pilares da produção cerâmica, sendo a cerâmica o resultado da argila após a queima.

A argila é fruto do processo natural de transformação da crosta terrestre, composta predominantemente por sílica e alumina. Dado que esse processo é contínuo e global, a argila se torna um recurso abundante e onipresente na natureza.

A combinação de diferentes elementos encontrados na terra resulta em uma variedade de tipos de argila, cada um com suas características distintas de cor, textura, propriedades físicas e químicas, além da temperatura ideal de queima. Muitas vezes, as argilas são denominadas de acordo com a região onde são encontradas.

Devido à sua vasta disponibilidade, peças cerâmicas podem ser encontradas em todos os cantos do mundo.

A maioria das argilas não pode ser utilizada em seu estado natural, pois tendem a rachar durante a moldagem, exceto para a produção de tijolos, telhas e olaria rústica. Por esse motivo, desde tempos antigos até os dias atuais, a prática de misturar diferentes tipos de argilas tem sido quase universal.

Um teste simples que podemos realizar para determinar a adequação de uma argila para modelagem é formar um “churro” e dobrá-lo. A plasticidade da argila influenciará na sua tendência a rachar; quanto maior a resistência à torção, mais adequada ela será para modelar.

Familiarizar-se com os distintos tipos de argila nos ajuda a selecionar a mais apropriada para nossas criações cerâmicas.

QUE TIPO DE MATERIAIS SÃO MAIS ADEQUADOS PARA A CERÂMICA?

Não há uma argila mais ou menos adequada; peças notáveis são moldadas tanto na argila vermelha mais rústica quanto na porcelana mais delicada.

ESCOLHA OS MATERIAIS EM FUNÇÃO DA TÉCNICA A UTILIZAR:

A exploração e a prática pessoal nos guiarão na busca pelo material ideal para cada projeto. No entanto, é importante reconhecer que cada tipo de argila se adequa melhor a diferentes estilos, dependendo das técnicas cerâmicas empregadas.

Por exemplo, ao esculpir uma escultura, prefiro utilizar argila com chamote, pois proporciona consistência durante a modelagem e absorve possíveis tensões durante a secagem e a queima. O chamote, um material cerâmico moído em diferentes granulometrias, é adicionado à argila para esse fim.

Para detalhes minuciosos, tenho preferência por grés com chamote de granulação fina.

Para peças delicadas e leves, a porcelana, composta principalmente de caulim, oferece níveis incomparáveis de transparência e delicadeza. Já para a produção de utensílios de mesa, podemos optar por algo mais resistente, como argila branca ou ball clay.

Além disso, ao queimar argila vermelha, obtemos um esmalte preto brilhante, entre outras possibilidades.

Atualmente, temos à disposição uma ampla variedade de argilas, não nos limitando apenas ao material local, se disponível, mas podemos explorar uma infinidade de opções disponíveis no mercado.